quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O Testemunho de Deus Acerca do Homem


RPM, Volume 12, Número 44, de 31 de Outubro a 06 de Novembro, 2010

O Testemunho de Deus Acerca do Homem

Horatius Bonar

O Caminho da Paz de Deus (God´s Way Of Peace). Horatius Bonar. Evangelical Press. 12 Wooler Street, Darlington, Co. Durham, DL1 1Rq, Inglaterra. 1968. Paginas 11-14.


Deus nos conhece. Ele sabe o que somos; Ele sabe também o que Ele pretendeu que fôssemos; e, sobre a diferença entre estes dois estados, Ele fundamenta Seu testemunho acerca de nós.

Ele é amoroso demais para dizer algo desnecessariamente severo; verdadeiro demais para dizer qualquer inverdade; nem pode ter, Ele, qualquer motivo para nos caluniar; porque Ele adora contar do bem, não do mal, que pode ser encontrado em qualquer das obras de Suas mãos. Ele as declarou boas, “muito boas”, no princípio; e se Ele não o faz agora, não é porque Ele não queira, mas porque Ele não pode; pois “toda a carne tem corrompido o seu caminho sobre a terra” (Gen. 6:12).

O divino testemunho acerca do homem é que ele é um pecador. Deus testemunha contra ele, não por ele; e testifica que “não há justo, nem sequer um”; que “não há quem faça o bem”; nenhum “que entenda”; nenhum que sequer busque a Deus, e, ainda mais, nenhum que O ame (Sal. 14:1-3; Rom. 3:10-12). Deus fala ternamente do homem, mas severamente; como alguém com um forte sentimento pelas crianças perdidas, que, todavia, não fará acordos com o pecado, e “de maneira alguma suavizará a culpa”. Ele declara que o homem é um ser perdido, desgarrado, rebelde, “inimigo de Deus” (Rom. 1:30); não um pecador ocasional, mas sempre um pecador; não um pecador em parte, com muitas coisas boas a seu respeito; mas inteiramente pecador, sem qualquer bondade para compensar; tão mal no coração quanto na vida, “morto em delitos e pecados” (Ef. 2:1); um malfeitor, e portanto sob condenação; um inimigo de Deus, e portanto “debaixo da ira”; um transgressor da justa lei, e portanto sob “a maldição da lei” (Gal. 3:10).

O homem caiu! Não este homem nem aquele homem, mas a raça inteira. Em Adão todos temos pecado; em Adão, todos temos morrido. Não é que algumas folhas têm desaparecido ou sido sacudidas ao chão, mas a árvore tem se tornado corrupta, raiz e ramo. A “carne”, ou o “velho homem” – isto é, cada homem que nasce nesse mundo, um filho de homem, um fragmento de humanidade, uma unidade no corpo caído de Adão – é “corrupto”. O pecador não leva meramente o pecado a diante, mas o carrega consigo, como seu segundo eu; ele é um “corpo” ou massa de pecado (Rom. 6:6), um “corpo de morte” (Rom. 7:24), não sujeito a lei de Deus, mas a “lei do pecado” (Rom. 7:23). O judeu educado sob a mais perfeita das leis, e nas mais favoráveis circunstâncias, foi o melhor tipo de humanidade; de civilizada, polida e educada humanidade; a melhor espécie dos filhos de Adão; no entanto, o testemunho de Deus acerca dele é que ele está “debaixo do pecado”, que ele tem se extraviado e que ele está “destituído da glória de Deus”.

A vida exterior de um homem não é o homem, assim como a pintura em um pedaço de madeira não é a madeira, e como o verde musgo sobre a rocha sólida não é a própria rocha. A pintura de um homem não é o homem; é apenas um habilidoso arranjo de cores que se parece com o homem. Portanto, é a capacidade da alma de se voltar para Deus que é o verdadeiro estado do homem. O homem que ama a Deus com todo o seu coração está no estado correto; os homens que não O amam, conseqüentemente estão no errado. Ele é um pecador, porque seu coração não é justo diante de Deus. Ele pode achar que sua vida está muito boa, e outros podem pensar o mesmo; mas Deus o considera culpado, merecedor da morte e do inferno. A bondade externa não pode compensar a maldade interna. As boas obras feitas aos seus companheiros não podem destacar-se de seus maus pensamentos sobre Deus. E ele deve estar cheio destes maus pensamentos, desde que ele não ama este infinitamente amável e infinitamente glorioso Ser, com todas as suas forças.

O testemunho de Deus acerca do homem é que ele não ama a Deus com todo o seu coração, na verdade, que ele não O ama de maneira alguma. Não amar nosso próximo é pecado; não amar nossos pais é um pecado maior; mas não amar a Deus é um pecado maior ainda.

O homem não precisa tentar dizer uma palavra por si mesmo, ou advogar “não ser culpado”, a menos que ele possa mostrar que ama, e que sempre amou, a Deus com todo o seu coração e alma. Se ele puder dizer verdadeiramente isto, ele será totalmente justo, não um pecador, e não precisará de perdão. Ele encontrará seu caminho para o reino sem a cruz ou sem um Salvador. Mas, se ele não puder dizer isto, que “cale a boca”, e seja “culpado diante de Deus”. Em todo o caso, favoravelmente, um bom modo de vida (externamente) pode dispô-lo, e a outros, a apenas olhar para seu caso agora, o veredicto contra ele virá a seguir. Este é o dia do homem, quando os julgamentos dos homens prevalecem; mas o dia de Deus está chegando, quando o caso será julgado em seus reais méritos. Então, o Juiz de toda a terra fará justiça, e o pecador será envergonhado.

Há ainda outra sentença pior contra ele. Ele não crê no nome do Filho de Deus, nem ama o Cristo de Deus. Que seu coração não seja justo diante do Filho de Deus é o segundo. E é este segundo que é coroado como o pecado esmagador, que carrega consigo a condenação mais terrível que todos os outros pecados juntos. “mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (João 3:18). “Quem não crê em Deus, o faz mentiroso; porque não crê no testemunho que Deus de seu Filho deu” (1 João 5:10). “Quem não crer será condenado” (Marcos 16:16). E daí é que o primeiro pecado, o qual o Espírito Santo leva para casa, de um homem é a incredulidade; “quando ele (o Espírito Santo) vier, convencerá o mundo do pecado, porque não creram em mim” (João 16: 8-9).

Tal é a condenação de Deus para o homem. A Bíblia toda está cheia disto. Que o grande amor de Deus, o qual Sua Palavra revela, está baseado nesta condenação. É o amor ao condenado. O testemunho de Deus acerca de Sua própria graça não tem sentido, salvo se repousar sobre, ou tomar como certo Seu testemunho acerca da culpa e ruína do homem. Não é contra o homem, como simplesmente um ser moralmente enfermo ou lamentavelmente desafortunado que Ele testemunha, mas como culpado de morte, sob a ira, sentenciado a maldição eterna, pelo crime dos crimes, um coração não justo diante de Deus, e não verdadeiro diante de Seu Filho encarnado.

Este é um veredicto divino, não um humano. É Deus, não o homem, que condena, e Deus não é homem para que minta. Este é o testemunho de Deus acerca do homem, e sabemos que esta testemunha é verdadeira. Isto nos é preocupante demais para recebê-lo como tal e agir a respeito.

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Este texto foi publicado com a autorização de Len Hardison, Diretor de Desenvolvimento do Third Millennium Ministries. Agradecemos a forma carinhosa com que acolheu nossa petição. Deus abençoe este ministério!



Tradução por Nelson Ávila; publicado originalmente com o título “God´s Testimony Concerning Man”, na RPM Magazine, no site da Third Millennium Ministries:

http://old.thirdmill.org/magazine/current.asp/category/current/site/iiim



Este artigo é fornecido como um ministério de Third Millennium Ministries.Se você tiver alguma pergunta sobre este artigo, por favor email nosso Editor Teológico. Se você quiser discutir este artigo em nossa comunidade online, por favor visite nosso RPM Forum.

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